24 de nov. de 2011

O DOM DO AMOR

...assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor. 1ª Coríntios 13.13

A primeira carta aos coríntios foi escrita para corrigir erros doutrinários dentro da igreja. A prática dos coríntios tanto dentro quanto fora da Igreja já não condizia com a Bíblia e Paulo os adverte para que eles possam andar corretamente como convém a um cristão.
Nos capítulos 12-14 Paulo corrige a questão de dons naquela igreja. Imagina um culto onde no mesmo momento em que tinha um irmão pregado a Palavra, tinha outro falando alto em línguas, outro interpretando, outro gritando e uma mulher atrapalhando o marido que queria prestar atenção no culto. Desorganizado, não é? Pois era assim mesmo que acontecia na igreja de Corinto.
Paulo visa ensinar a ter ordem e decência nos cultos (cap. 14.40), mas especificamente no capítulo 13, ele ensina a usar os dons com amor. Mas como assim usar dons com amor?
Simples! Por quase todo o capítulo 12, Paulo mostra que os filhos de Deus são como um corpo, sendo Cristo a cabeça e nós os membros. Sendo assim, precisamos uns dos outros e o sofrimento de um deve ser o sofrimento do outro assim como a honra de um é a honra do outro (cap. 12.26).
Não existe um membro mais importante do que o outro, todos contribuem para o crescimento do corpo. Com isto em mente, vamos falar dos dons.
O Espírito Santo é o responsável por distribuir dons espirituais para as pessoas, e Ele faz da forma que quer e distribui o dom que quer para quem Ele quiser (cap. 12.11). Não escolhemos os dons, não temos o poder de decidir, é o Espírito que nos concede segundo a Sua soberania sabendo onde vamos ser mais úteis no corpo de Cristo.
Nenhum dom é melhor do que o outro, todos se completam e são usados para o mesmo fim, o crescimento e edificação do corpo de Cristo, e o corpo são as pessoas.
Sendo assim, entendemos que quando havia aquela desordem no culto dos coríntios, era porque os dons não estavam sendo usados com amor, cada um estava usando o dom que tinha para seu próprio benefício, e não para o crescimento do corpo.
Imagina se um órgão interno de nosso corpo não quiser mais trabalhar simplesmente pelo fato de não querer, de não estar nem aí, de querer usar suas habilidades para o próprio bem, ou até mesmo porque não está aparecendo? Nosso corpo certamente iria adoecer porque um indivíduo parou de agir com amor.
Paulo explica que esse tipo de culto não edificava nenhum deles porque simplesmente ninguém entendia o que se passava ali. Resumindo, era um caos total.
Por isso Paulo fala tais palavras no capítulo 13: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que retine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria (cap. 13:1-3)”.
De nada adianta fazer milhares e milhares de obras simplesmente porque se tem condições, ou por que se tem o dom, ou mesmo pra se aparecer, se não existir o fator principal por trás disso, o amor! Tudo o que fazemos perde o sentido sem o amor.
Imagina você ter um relacionamento com uma pessoa e ver que tudo o que ela faz por você, os presentes que você recebe, é simplesmente por obrigação, porque ela está com você, está ao seu lado e tem que fazer algo pra que você se sinta bem ao lado dela? Quanta frieza! Na certa você iria preferir alguém que não tivesse tantas condições, mas que te amasse verdadeiramente e te suportasse sempre, do que uma pessoa fria como aquela. Agora se a pessoa gosta de estar nessas circunstâncias, é porque ela é interesseira, e sabemos que isso existe por toda parte.
Paulo adverte principalmente quanto ao dom de línguas estar sendo usado de forma errada. Se você ler o capítulo 14 inteiro, irá entender melhor. Paulo nos mostra que o dom de línguas, quando usado sem alguém que saiba interpretar, serve para edificação própria. Se ele é usado e alguém consegue interpretar, a igreja toda é edificada (cap. 14.19). É preferível que alguém fale diante de toda a igreja palavras que se possa entender, do que ficar falando o culto inteiro em línguas e a igreja não ser edificada.
Por isso Paulo conclama os coríntios a usarem os seus dons com amor visando a edificação de todo o corpo.
Devemos agir também com amor em todos os lugares de convivência que estamos. No trabalho, sempre visando o crescimento da empresa e usando nossos talentos para tal; No casamento, suportando um ao outro e buscando fazer o cônjuge feliz ao invés de procurar desculpas para fazer a própria vontade, pois em todos os casos, se usarmos o que temos para benefício próprio, somente nós cresceremos, e isso não é vantagem visto que dependemos um do outro.
“O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca perece (cap 13:4-8).”
Esse é o verdadeiro amor, deixar as vontades de lado pelas pessoas, ainda que muitas vezes elas não mereçam, pois o amor é paciente. É tratar as pessoas bem como gostaríamos de ser tratados, pois o amor é bondoso. É não cobiçar nada do próximo, pois o amor não inveja. É segurar a própria rédea quando conseguimos resolver o problema de alguém para não se orgulhar de ser o bom, pois o amor não se vangloria, não se orgulha. É não jogar na cara das pessoas o que fizemos por elas na primeira oportunidade e em momento algum, pois o amor não maltrata e não se ira facilmente. É não fazer algo com segundas intenções, pois o amor não procura seus interesses. É dizer a verdade da forma certa no momento certo mesmo que isso vá doer na pessoa que ouve, pois o amor não se alegra com a injustiça, mas sim com a verdade.
Amar significa muitas vezes sofrer, não ser reconhecido. E muitas vezes vai passar pela cabeça da pessoa que ama: “Não vale mais a pena, não tem mais sentido fazer o que estou fazendo e não ver resultados” Mas continue, siga em frente pois sabemos que estamos seguindo o que Deus nos mandou seguir, não simplesmente por obrigação, mas porque em primeiro lugar, nós amamos a Deus.
Pra finalizar, com respeito aos dons, nenhuma pessoa poderá ter todos eles, para que não se torne auto-suficiente, nem mesmo todas as pessoas poderão ter o mesmo dom, para que ainda continuem dependendo umas das outras. Mas o amor é o dom supremo! O amor é dom que irá durar para todo o sempre, e esse dom todo aquele que se diz filho de Deus deve ter, pois além de ser um dom, é um mandamento.
Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor. 1ª Coríntios 13.13.
Cultivemos pois o amor...

2 comentários:

  1. Fabinho vc não sabe a resposta maravilhosa q eu achei nesta postagem a respeito de organização nos cultos...
    que Deus continue a te iluminra cada vez mais.

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  2. Amém Carol, espero que você seja cada vez mais abençoada... muito obrigado pelo apoio!!!

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