5 de dez. de 2011

A FORÇA DA FRAQUEZA HUMANA

Bom dia pessoal! Hoje vou colocar um artigo de um professor muito querido para todos que estudaram na minha época no Seminário Vale da Benção. O professor Hamilton, que hoje está morando em Fortaleza, sempre cativava a nossa atenção em suas aulas e certamente não só eu como todos os que tiveram aula com ele, puderam aprender muito. Creio que não será diferente quando vocês lerem essa mensagem que ele nos deixou. Um grande abraço ao professor e a sua esposa!!!


Como um pai se compadece seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem, pois conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó (Sl 103.13-14)

Por Hamilton Perninck Vieira

            
Diante da sociedade capitalista que prega a competitividade pautada na força, assistimos a gradual decadência do ser humano a cada dia que passa. A realidade da seleção natural anunciada por Darwin no século XIX destruiu nossa humanidade: o mais evoluído sobrevive ao menos evoluído. Contudo, encontramos aqui um grande paradoxo: a sociedade busca formar o homem para vencer e por isso não sabe lidar com os fracassos, para ser forte e por isso não sabe lidar com suas fraquezas, para viver e por isso não sabe lidar com a morte. Nisso, reside a força da fraqueza humana.
              Sendo assim, o homem busca encontra-se em si mesmo. Entretanto, ao contrário do que pregava a filosofia sofista de Protágoras (480-410 a.C), “o homem é a medida de todas as coisas”, o ser humano tem buscado respostas em suas próprias perguntas. Por isso, não tem conseguido equalizar suas frustrações existenciais. O resultado são dores, tristezas, baixa autoestima, depressão, doenças psicossomáticas, suicídios, homicídios, fome, miséria, guerras, catástrofes, etc.
             Nesta direção, somos convidados a voltar às nossas origens. Assim, para melhor conhecer a função e a razão de ser criação, precisamos pensar sobre nosso Criador. Portanto, o ser humano não pode ser forte, pois sua essência é ser fraco. Logo, o homem só pode ser forte quando reconhece suas fraquezas Naquele que é o TODO-PODEROSO. Por assim dizer, é o temor que se pauta na compaixão e não na condenação. Por isso, o Criador se compadece da criatura pois sabe que sua “estrutura é pó”. Neste sentido, nossa vida é como uma nuvem e/ou a sombra que vem e logo vai. Portanto, “do pó viemos e ao pó tornaremos” (Ec 7.20). Assim, quando em nossa fraqueza humana nos deparamos com a Força Divina, a reação é temor, rendição, entrega e adoração.
Mas e agora: como viver nesse mundo que a cada dia mais caminha para a degradação? Onde encontrar forças na fraqueza, alegria na tristeza, vida na morte? Eis aqui a resposta: “De tal coisa [revelações divinas] me gloriarei; não, porém, de mim mesmo, salvo de minhas fraquezas [...] porque, quando sou fraco, então, é que sou forte” (II Co 12.5,10). Diante disso, é na entrega de nós mesmos em fraquezas que encontramos força em Deus. Logo, é no amor e compaixão paternal de Deus que encontramos vida para lutar contra a morte, alegria para lutar contra a tristeza. Em suma, é conhecendo mais a compaixão divina que conseguimos superar nossa miséria humana.


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